sexta-feira, 20 de maio de 2011

Vamos de mãos dadas
por entre esse emaranhado de confusões e tormentas.
Destruiremos tudo
e mataremos todos que estiverem pela frente,
destruiremos e mataremos o que acharmos pela frente,
de dentro pra fora.
Observaremos tudo pela janela
e apenas sorriremos,
nossas armas não serão nada além de nós mesmos,
nosso poder é incomparável quando juntos,
perceba, olhe além do que se vê no espelho.
Nosso grito quebrará tudo ao redor e
reverberará através dos séculos,
seremos heróis, seremos eternos, seremos deuses.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Mestre: Fernando Pessoa



Onde você vê um obstáculo,
alguém vê o término da viagem
e o outro vê uma chance de crescer.
Onde você vê um motivo pra se irritar,
Alguém vê a tragédia total
E o outro vê uma prova para sua paciência.
Onde você vê a morte,
Alguém vê o fim
E o outro vê o começo de uma nova etapa...
Onde você vê a fortuna,
Alguém vê a riqueza material
E o outro pode encontrar por trás de tudo, a dor e a miséria total.
Onde você vê a teimosia,
Alguém vê a ignorância,
Um outro compreende as limitações do companheiro,
percebendo que cada qual caminha em seu próprio passo.
E que é inútil querer apressar o passo do outro,
a não ser que ele deseje isso.
Cada qual vê o que quer, pode ou consegue enxergar.
"Porque eu sou do tamanho do que vejo.
E não do tamanho da minha altura."

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Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não atem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: “Fui eu?”
Deus sabe, porque o escreveu.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Desejos


Queria eu ser o motivo por trás de cada sorriso seu,
por trás das caras de boba que fizer,
das tuas revoltas, dos teus sonhos...
Queria eu poder te salvar a cada dia,
salvar-te do teu pior pesadelo,
solucionar todos os seus problemas
até mesmo quando eu for um deles.
Queria ter você perto sempre que você precisasse
ou ser eu apenas o supérfluo,
ser o travesseiro que tu descansa à noite...
Queria ser o fim de tudo e o começo de algo pra você,
queria eu estar em você, ser teu,
ser a canção que te acalma, ser o beijo que te abala...
Ser eu todos os outros, tanto os errados quanto o certo,
ser apenas eu e isso bastar.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Odisséia de um deus pt.1

Enquanto voa para aproximar-te do teu deus,
eu olho bem dentro de mim.
lá ele reside, adormecido, mas está lá.
Procure olhar para o céu e não perceber cores,
mas sim energia, sinta a cor das nuvens,
sinta o cheiro da energia natural
queria eu ver as cores das palavras,
talvez quando puder fazê-lo seremos uno,
donos da própria vontade.
A Thelema existe, está aí, você que não vê,
prefere fechar os olhos e andar no desconhecido,
você pode sair desse coma, pode abrir os olhos,
sentir a luz arder seus olhos ao primeiro instante,
mantenha sua fé, ela é importante,
não, não essa fé, mas a tua fé,
não precisas de provas de ti mesmo,
necessitas apenas andar
com suas próprias pernas,
sem muletas ou apoio.
No final verá que valeu a pena,
nada de remorso ou arrependimentos,
pois isso não mais te pertencerá.

quinta-feira, 31 de março de 2011


E o que eu faço de melhor é te esperar,
tentar ser feliz sem você é complicado.
Tento aliviar minhas angústias pensando em nós,
pensando nas coisas que poderíamos fazer,
no que poderíamos ser, ter.
Poderíamos salvar o mundo se quiséssemos,
mas só queremos salvar a nós mesmos,
o que malmente conseguimos assim, longe um do outro.
E ficamos assim, no anseio de colidir nossos corpos,
nossos beijos, nossas mãos, como se fossem dois mundos,
dois universos com tal magnetismo que atraem-se inconscientemente.
E provocaremos um novo Big Bang, sentiremos o frisson da criação,
o fervor dos sentimentos primordiais e vitais.
Mas quando volto a mim eu vejo que só posso Esperar,
angustiadamente.
para que possamos um dia brincar de amar,
com a lua a nos iluminar na varanda,
como duas crianças a descobrir uma a outra.

terça-feira, 22 de março de 2011

Amigo

E amanhã me lembrarei,
olhando nossas fotos,
das aventuras, planos,
desventuras e palavras ditas,
talvez te ligue ou apenas pense em ti,
no meu peito um aperto com certeza.
No rosto um sorriso,
nos olhos um brilho de Nostalgia,
talvez pudessemos viver mais,
talvez dar um abraço apertado
ou apenas olhar no olho do outro
isso já me bastaria.
Quando estiver triste,
apenas sente-se ao meu lado,
isso já me bastaria.
Reconheça meus defeitos e
aceite-os,
assim como minhas qualidades.
Sê sincero, sê rude, quando preciso,
mas seja, acima de tudo, você,
meu amigo

Lembranças

Esses dias eu lembrei,
de seus olhos, de seu brilho,
de como puro era seu olhar.
O quão triste você fitava o mundo,
mas eu me alegrava.
Me veio na mente nós pulando,
correndo entre as flores do meu pensamento,
rolando no chão dando gargalhadas,
lembrei dos sonhos que contruímos
deitados na grama,
observando os cometas passarem.
Lembrei do seu sorriso,
na sorveteria da minha imaginação,
os abraços perfeitos na roda gigante do parque,
estes ainda sinto, sinto o calor.
Sinto saudade de nossas brincadeiras
pelas ruas da madrugada,
viamos tudo colorido, viamos o mundo juntos.
Lembro hoje, que isso tudo, não passou de sonho.
E o que me restou de real, foi saudade.

Queda livre

Amores,
estes passam, se é que vem,
queria eu ser um piloto,
olhar tudo lá do alto, tão tranquilo,
queria eu, lá de cima mergulhar,
fechar os olhos e encotrar-se comigo.
Eu lá de cima serei eu, por mim mesmo,
lá minha solidão seria feliz,
o descompasso das rimas, tudo meu,
a falta do sentido, o todo, eu.
E me aproximaria cada vez mais do chão,
sentiria minha mão segura
e minha vida não mais importaria.

Simulacro

Não, não vejo sentido,
não, não consigo ser assim.
Apenas tenho minha vida como um simulacro,
sinto-me uma mera embalagem inócua.
Todos nós precisamos de um placebo para viver,
eu sei.
Talvez não o tenha, daí a falta de sentido,
mas talvez eu o seja,
minhas oscilações são tão pertinentes,
meus devaneios são tão presentes,
minhas palavras estão exageradas,
porém meus sentimentos são tão etéreos,
inconstante a cada instante,
inconcebível durabilidade,
impossível contabilidade.